domingo, 9 de maio de 2010 01:14 Postado por Nenhuma Palavra
Charles Bukowiski tem um bom pensamento sobre o amor.

Ele diz:

"O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece."

Ultimamente ando acreditando que essa é a mais absoluta verdade. A gente nunca vai conseguir apenas gostar de uma pessoa, sem pensar no que ela pode nos oferecer... sem pensar no que nos é mais conveniente. E, sinceramente, é triste que funcionemos assim. É... é solitário demais...
Mas o que fazer, camarada? Nesse mundo de loucos, ou é seguir isso ou ir pro banco do reserva antes do fim do jogo, antes da possibilidade de fazer um gol.

Ando acreditando que, infelizmente, se a gente não for filho da puta nesse mundo a gente fica é pra tras, vira burro de carga, vira um coitado, um pedaço de merda. Uma parte de mim sisma em ser um pedaço de merda... A outra? A outra tenta dizer não.

Me parece que desse jeito as coisas ficam cada vez mais vazias, cada vez mais egocêntricas. Acho errado um ser humano ser egocêntrico com tanta gente do lado, acho até que é doentio. Mas vivemos nesse mundo de doentes, meu caro... E tudo o que se tem a fazer é apagar de vez essa chama que há dentro da gente e nos tonarmos doentes também... Nos tornarmos ocos também.

Nada para acrescentar, nada para dividir. Um imenso e absoluto nada.

Eu costumava andar por ai me perguntando os motivos para as pessoas agirem assim. Finalmente aprendi que não é uma questão de escolha, que ou é assim ou você vira uma espécie de zumbi que acha que não tem mais nada dentro de você, que realmente sente isso.

A vida é assim, amigo... se a gente é bonzinho demais acaba perdendo a parte toda que há dentro da gente, acaba chegando no fatídico dia que você tem que ficar uns dez minutos sem se mexer com medo de que, se você se levantar, você vai fazer a maior bosta do mundo com a sua vida. Até hoje, pelo menos uma vez por semana eu ainda passo um tempo sem me mexer...

Mas acho que a maioria de nós realmente acredita que Bukowski está certo quando diz "Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse?" . O amor é mesmo uma grande mentira, um grande truque de marketing.

Ninguém gosta, realmente, de outra pessoa. E se você diz que gosta, você mente.
Então mintam, meus caros, mintam deslavadamente! Conheçam estas dez mil pessoas! Conheçam todas!

Conheçam todas e não façam absolutamente nenhuma feliz. Porque, ai sim, poderá mostrar o grande pedaço de bosta que você é. O grande pedaço de bosta egocêntrica que você é.

Enfim... que vivamos todos em paz na única e solitária companhia de nossas moscas. E, como diria Machado de Assis:

"Que a terra os seja leve"

Tenhamos uma boa noite.

por Aline DeMarco

2 Response to " "

  1. zits Says:

    Será que essa é a verdade nua e crua? Talvez só crua...

  2. Unknown Says:

    Não deixa de ser verdade,afinal quando amamos buscamos no outro o que nos é conveniente, mas quem dera fosse tão simples assim,pelo menos não acho que seja.

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